terça-feira, 29 de março de 2011

Ainda estou para descobrir qual o verdadeiro sentido da vida. Por mais que me esforce, por mais que se esforcem, nunca me sinto preenchida, nunca consigo ser feliz ao ponto que realmente merecemos, os outros nunca chegam a ser o suficiente para mim. Por norma não sou pessimista, gosto de aproveitar cada dia da minha vida, gosto de acreditar que o dia de amanha será melhor que o de hoje, que o de ontem. Talvez não tenha encontrado as pessoas certas, as pessoas que realmente estão ao meu "nível", ou talvez seja eu que não consiga lidar com o mundo (duvido), com as pessoas. Neste momento a vida para mim pouco ou nada serve, não me satisfaz por mais que me esforce, estou numa roda em que não me consigo equilibrar, não consigo pensar, tenho medo de fazer certas escolhas, tenho medo de me arrepender, não consigo escolher... Estou cansada, cansada de me esforçar, não por mim, pelos outros, cansada de mostrar que sou capaz de tudo o que duvidavam, cansada de pensar nos outros, cansada... cansada de viver! Quero paz, quero o meu canto, quero o meu silencio! O silencio, a solidão por vezes é a minha maior "companhia".
Não me contento com uma vida razoavel (atençao, não falo a nivel monetario, NADA DISSO), nao me contento com uma vida satisfatoria. Quero uma vida boa, quero algo que me preencha. Demore o tempo que demorar, sei que encontrarei essa vida :)



quarta-feira, 23 de março de 2011

Dia do Pai

Se podia contar muito sobre nós?
Se podia falar de todos os momentos que passamos juntos?
Se podia lembrar as vezes se me apoiaste?

Poder até podia, mas não era a mesma coisa.
é que entre a vida real e imaginária, vai uma grande diferença.

A verdade, é que se quisesse escrever (no mínimo) numa folha tudo o que tinha para dizer, a caneta bem podia secar de estar tanto tempo à espera.
Foste tão indiferente na minha vida, que se te quisesse chamar alguns nomes, nem eu saberia o que chamar. É que até para se chamar determinados nomes, é preciso motivos para tal e eu contigo, nem isso consigo fazer, porque as nossas vidas não se cruzaram NUNCA, não houve mesmo NADA.

Se alguma vez pensas em mim? Não faço a mínima!
Mas suspeito que se pensas, é porque és obrigado: Ou te lembras de mim em sonhos (quer dizer, pesadelos), ou então é mesmo por teres o meu nome tatuado na mão e quando a vais lavar, levas com o nome na vista.

Por incrível que pareça, não escrevo este texto de revoltada.
Se dissesse que não gostaria de ter tido um pai, estaria a mentir. Mas a vida ensinou-me que não podemos obrigar os outros a amarem-nos, que não podemos amar os outros só porque sim, só porque se é pai, mãe, filho, familiar ou amigo. A vida é assim, cheia de desencontros, cheia de coisas opostas.
Podemos ter o mesmo sangue, mas tu, para mim serás sempre alguém que já não me diz nada. Inconscientemente ou conscientemente acabaste (à muito tempo) com um restinho de esperança que poderia haver para construir o que quer que seja.

À uns tempos vi-te na rua, mas tu não me viste. Estavas diferente, um rosto alterado. Fiquei sem reacção por segundos e disse: "Olha o meu pai, é mesmo o meu pai"
Não fingi que não te vi, mas preferi não ir ter contigo, afastei o corpo para que tu não me visses e quando passaste por mim, olhei-te através do retrovisor.
Depois só pensei: "Paciência, é vida, foste tu que escolheste assim".

Agora não sei nada de ti, não sei se estás vivo ou morto e seja qual for o teu estado, vai-me ser sempre indiferente.
No entanto não te desejo mal, apenas que leves da vida o que mereces!

Onde quer que estejas, fica bem... à tua maneira!


Soraia Silva