terça-feira, 19 de outubro de 2010

Curso da vida

Parte da nossa vida é vivida a estudar, a tirar cursos, sempre a matutar na escola, nas matérias, para que no futuro, tenhamos um bom emprego que nos proporcione uma vida estável principalmente a nível financeiro.
Quanto mais longe formos nos estudos, supostamente a probabilidade de ter um futuro melhor é elevada.

Lembro-me quando era mais nova, queria ser professora de educação física, mais tarde professora de desenho, depois educadora de infância. A verdade é que essas vontades eram anuladas pelo simples facto de pensar que se tinha que estudar muito.

Nunca fui aluna aplicada, no entanto era bastante inteligente, mas satisfazia-me sempre com suficientes, ao menos não eram negas. Depois claro levava na cabeça dos professores por acharem que tinha capacidades para muito melhor. mesmo assim isso passava-me ao lado.
Frequentei o 10º ano no curso de artes gráficas, sempre com o mesmo lema "brincadeira acima de tudo". reprovei por faltas. Quando chovia decidia que não ia para a escola e os meus colegas já se começavam a habituar a isso.

Apesar de ser muito seria numas coisas, quem me conhece bem, sabe que só quero galhofa (brincadeira), sempre tudo com limites.

Acho que a vida deve ser bem aproveitada.
não avancei mais nos estudos porque não quis, não me arrependo, nem sinto diferenças em relação a isso. Hoje há mais desemprego porque as pessoas não querem aceitar qualquer coisa, não pelo nível de estudos.

Podia completar um curso, ir mais longe a nível profissional. não quis seguir o curso dado na escola.
preferi troca-lo pelo curso da vida.

Esse leva mais tempo a terminar, anos e anos, até pode mesmo ser impossível de o acabar. é mais difícil que os outros cursos, mas no entanto mais completo.

Posso não ter muito mais conhecimento no que veio nos livros, mas tenho muito mais no meu dia a dia, a cada dia que vivo é sempre uma pagina de matéria.

Com esta escolha sinto-me feliz, culta, útil, sinto-me viva, nao me sinto inferior a ninguem, sinto-me eu mesma, aprendo com tempo e sem pressões para o futuro. vivo um dia de cada vez com calma, para que essa matéria (do curso da vida) fique bem esclarecida, ensinada :)

uns vão achar ridículo o que escrevi, outros talvez não, mas cada um faz as suas escolhas e eu fiz a minha :)

8 comentários:

Silent Man disse...

Bem, este comentário soa quase a redundância, depois do que te escrevi (e tu comentaste) no meu blog.

O que escreves aqui é a mais pura verdade... Dizes que és nova (sinceramente não sei a tua idade) mas pensas como alguém da minha idade (quase 30).

Se fores moça para 25 anos ou mais, começa a ser normal... Na verdade, já é altura de começares a pensar assim... Caso contrário, és um caso extraordinário de precocidade no que ao pensamento e à escola da vida dizem respeito.

Os meus parabéns! Excelente post, mesmo com alguém com Mestrado na escola da vida!

Kiss kiss

Soraia Silva disse...

MRPereira

foi pura coincidencia. quando estava aescrever este post, fui ver se me tinhas respondido a mim e pelo que parece tanto o teu comentario como o meu post foram ao encontro um do outro, quase como uma resposta dada.

A verdade é que sou nova, tenho 21 anos e muito para viver e aprender ainda.

A minha altura de pensar assim ja vem desde cedo, apesar de cada vez a minha maneira de ver as coisas evolui, é como digo, todos os dias crescemos um bocado, tanto a nivel de mentalidade como no conhecimento da materia .

obrigada pelo ultima parte :)


beijo

Silent Man disse...

Também eu tenho um curso da vida, além do curso normal que tirei. Os 8 anos da faculdade foram, provavelmente, a melhor coisa que me podia ter acontecido!

Basicamente, a partir de Março de 1998 até Julho de 2006, curti, aprendi, marrei na parede, chorei, gargalhei, sorri, fiz fretes e corri por gosto.

Agora, com a personalidade já completamente formada (e bem vincada... não sou doce nenhum, mesmo! Livra...), digiro os anos que já passaram, aprendo com o dia-a-dia, vou-me tornando melhor pessoa e vivo. Vivo muito, mesmo! Cada dia mais, sempre à flor da pele!

E para tal, não são precisas grandes loucuras... Apenas a dose certa de loucura com acompanhamento de racionalidade e tempero a gosto de brincadeira!

É uma vida que aconselho a todos...

Kiss kiss

Soraia Silva disse...

MRPereira

já eu dizia desde sempre que nao queria ir para a faculdade.

acredito que sejam os melhores anos, mas cada um com os seus interesses.

a fase em que se passa na faculdade tanto pode ser boa como má, e só consegue ir mais longe quem tiver cabeça e consciencia das consequencias. porque na faculdade tambem se cometem muitas loucuras e nem sempre acabam bem.

nao passei por isso mas vejo bem que é assim.

e já agora, nao tinha feitio para ser caloira, muito menos seguir nas praches e ser mandada por outros.

é que muitos "abusam" e fazem 30 por uma linha. e eu logo à primeira ia bater muito mal, ai de quem me fizesse alguma :DDD

Semisovereign People at Large disse...

ridículo nã
só infantile

e ser infantile aos 21
há quem goste e quem desgoste

Louco disse...

Tudo o que dizes é a mais pura verdade.
Cruzei-me ao longo do meu percurso académico (que ainda não terminou) com gente bem mais velha que eu ,alguns com mais do dobro da minha idade, e ainda que estivessemos em patamares equivalentes académicamente a diferença de cultura era abissal.
A vida ensina-nos muita coisa, e conhecimento empírico é o que falta a muita gente.

Soraia Silva disse...

The extended phenotype und extinct gene sequence:

Se todos os que não acabassem os cursos da escola, fossem infantis, então mais de metade do país estaria afectado.

Sempre aprendi que há 2 motivos de se escrever mal:
1- ser trapalhão e escrever À pressa
2- não ter a noção e não saber como realmente se escreve

ou seja, aprendi a escrever na escola.

não faço a mínima do teu nível escolar, nem da tua idade, mas se realmente foste mais longe, no mínimo acho grave uma pessoa tão esperta escrever "infantile" em vez de "infantil".
Se os que andarem na escola tiverem essa evolução, mais vale não andarem.

e como tu dizes, gostos são gostos e eu sinto-me bem com as minhas escolhas, mesmo que não agrade aos outros.

mesmo assim obrigada pela visita :))

Soraia Silva disse...

Louco:

Entre a idade e a cultura hoje já não se discute muito, porque no final de contas (mesmo para quem não as sabe fazer :D)o que vai importar é quem se soube desenrascar na vida, com ou sem estudos.